Elevado Risco

Intervenção informada evidência apoiada na abordagem cognitivo- comportamental.

Os utentes com Elevado Risco de desenvolver dor persistente e incapacitante beneficiam de Fisioterapia especializada e informada pela evidência científica, orientada pelos princípios descritos anteriormente para o grupo de Médio Risco. Adicionalmente, e neste grupo o enfoque da intervenção deverá dirigir-se para os aspectos psicossociais através da adopção de estratégias de intervenção baseadas nos princípios da abordagem cognitivo-comportamental. Esta abordagem tem como elemento central a identificação e compreensão dos problemas do utente no que respeita à relação entre pensamentos, emoções e comportamentos, bem como a implementação de um tratamento ajustado aos problemas e objectivos identificados (minimizar a dor e a incapacidade, restaurar a vida normal, incluindo o retorno ao trabalho), promovendo a autogestão da condição. Para estes utentes são recomendadas 12 sessões de Fisioterapia, que podem ser realizadas em grupo.

Os Fisioterapeutas que fornecem esta intervenção têm formação específica adicional. Dada a natureza desta abordagem, as competências de comunicação do Fisioterapeuta e o estabelecimento de objectivos de forma colaborativa com o utente assumem um papel fundamental. Embora possa ser adequado, em alguns casos, a seleção de estratégias de intervenção centradas em terapia manual, é expectável que (pelas características deste grupo) o fisioterapeuta venha a utilizar frequentemente estratégias centradas na educação. Assim, os aspetos chave da intervenção são:

1)

O plano de tratamento é informado pela evidência científica, com especial enfoque na implementação de um abordagem cognitivo-comportamental.

2)

O Fisioterapeuta utiliza skills avançados de comunicação e técnicas de entrevista motivacional para maximizar a efetividade da avaliação e intervenção.

3)

O Fisioterapeuta valida a experiência do utente, identifica as suas expectativas para uma primeira sessão bem como para a globalidade da intervenção, e define um plano de tratamento em conjunto com o utente.

4)

A avaliação clínica é enquadrada no modelo biopsicossocial e inclui a análise da resposta cognitiva, comportamental e emocional à dor, o impacto da dor a nível funcional, e a identificação de possíveis obstáculos à mudança comportamental. Esta avaliação é complementada, sempre que adequado, com um exame objetivo.

5)

O Fisioterapeuta analisa, em conjunto com o utente, as suas respostas adaptativas e/ou não adaptativas à dor, e seu impacto funcional, e  identifica quais os problemas relacionados com a dor, que são modificáveis pela Fisioterapia. Quando apropriado, discute os fatores (psicossociais) que podem contribuir para o desenvolvimento e manutenção da dor.

6)

Caso o atual entendimento do utente sobre a dor não permita melhorar os seus níveis funcionais, deve ser assegurado que o utente desenvolve uma compreensão adequada sobre a natureza da sua dor (mecanismos, prognóstico, avaliação e intervenção).

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