Projeto SPLIT
O que é o Projeto SPLIT
O Projeto SPLIT visa melhorar a qualidade da prática e o custo-efetividade dos serviços prestados aos utentes com lombalgia que recorrem aos cuidados de saúde primários, através da implementação de um modelo inovador de referenciação para tratamento de Fisioterapia para utentes com lombalgia que recorrem aos cuidados de saúde primários.
O SPLIT foi desenvolvido por um grupo de investigadores e clínicos da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, Nova Medical School/ Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, através do Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida, e é cofinanciado pelo Programa Operacional Regional de Lisboa, na componente FEDER, e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, na componente nacional – OE.
A lombalgia é a patologia reumática e músculo-esquelética mais prevalente em Portugal. Tem uma prevalência autorreportada de 26.4% e está associada a incapacidade persistente ou recorrente por longos períodos de tempo, pior qualidade de vida relacionada com a saúde, ansiedade e presença de sintomas depressivos, e a elevados encargos decorrentes do absentismo laboral, perdas de produtividade, reformas antecipadas, e elevado consumo de meios em cuidados de saúde. Por todos estas razões a lombalgia é um problema de saúde pública global e urgente.
A Fisioterapia é a intervenção de primeira linha recomendada em todas as normas de orientação clinica atuais. A condição tem um prognóstico favorável e a esmagadora maioria das pessoas com um episódio agudo recupera totalmente no espaço de 12 semanas. No entanto, cerca de 10 a 15% das pessoas continuam a reportar dor persistente um ano depois e desenvolvem uma condição incapacitante. Assim, a identificação precoce de subgrupos de utentes com prognóstico favorável, e outros em risco de desenvolver dor persistente e incapacitante que beneficiem de intervenções diferenciadas é crucial para melhorar os resultados em saúde e reduzir cuidados inapropriados e dispendiosos.
Em Portugal, seja ao nível da referenciação para tratamento, seja ao nível da intervenção em Fisioterapia, o perfil de risco da pessoa não é tido em consideração. Não existe um sistema de referenciação capaz de diferenciar indivíduos com baixo, médio ou elevado risco de desenvolver dor persistente e incapacitante. Da mesma forma, e ao nível da prática da Fisioterapia, não existe uma prática sistemática de tratamentos específicos e diferenciados, desenhados para modificar os fatores de risco presentes nos diferentes subgrupos de risco. Consequentemente, há uma excessiva utilização de recursos para quem não necessita e ausência de resposta adequada a quem realmente necessita.
O Projeto SPLIT é um projeto de melhoria da qualidade dos cuidados prestados que decorre em três fases sequenciais:
1) Numa primeira fase (concluída), pretende-se caracterizar a prática atual, ao nível da referenciação, resultados clínicos obtidos e custo- efetividade dos mesmos;
2) Numa segunda fase (concluída), capacitar os Médicos de Medicina Geral e Familiar e Fisioterapeutas a implementar um modelo inovador de referenciação para tratamento estratificado de Fisioterapia em indivíduos com lombalgia que recorrem aos cuidados de saúde primários;
3) Por fim pretende-se comparar os resultados clínicos, custo efetividade e referenciação da prática atual com os obtidos pelo novo sistema de referenciação para tratamento estratificado de Fisioterapia.